A Longevidade dos Valores
- Redação My Fraternity

- 8 de set.
- 2 min de leitura
Valores que não envelhecem.
Num tempo em que o ruído do imediato se sobrepõe à profundidade do essencial, importa recordar que há princípios que não envelhecem.
A sociedade pode mudar de rosto, a política pode trocar de discurso, as tecnologias podem acelerar o passo; mas a dignidade da pessoa humana, a procura da verdade e a exigência da justiça permanecem como fundamentos intocáveis de qualquer vida em comum.
A Maçonaria tradicional em Portugal nasceu e consolidou-se neste terreno: o de não ceder ao improviso nem ao oportunismo, o de manter no coração da cultura portuguesa um espaço de memória e de futuro.
Há séculos que defendemos a liberdade de consciência, a laicidade do Estado, a igualdade de direitos e a fraternidade entre todos os seres humanos. Não o fazemos por moda, nem por interesse conjuntural. Fazemo-lo porque acreditamos que sem esses alicerces não existe civilização digna desse nome.
Num país tantas vezes tentado pelo esquecimento, é preciso sublinhar: a pressa não pode ser critério de verdade. A indignação momentânea não pode substituir a construção paciente da justiça.
A facilidade da propaganda não pode ocupar o lugar da responsabilidade cívica. Só quem confunde velocidade com progresso é capaz de vender o futuro ao preço da ansiedade de um dia.
O papel da Maçonaria não é concorrer com os governos, nem disputar a atenção dos cidadãos no espaço mediático. É mais exigente e, por isso, mais discreto: lembrar que a liberdade não é dádiva eterna, mas conquista quotidiana; que a igualdade não se esgota em slogans eleitorais, mas pede políticas concretas; que a fraternidade não é um ornamento retórico, mas a medida real do cuidado que temos uns pelos outros.
Ao longo da História, o país conheceu ciclos de esperança e de desencanto, de grandeza e de miséria. Se alguma coisa sobreviveu a todas as mudanças foi a certeza de que os valores, quando assumidos com convicção, duram mais do que os poderes que os negaram. E é nessa longevidade que a Maçonaria se revê: não como guardiã de um passado, mas como intérprete de um presente que precisa de futuro.
Por isso, este é o nosso compromisso público: não ceder à pressa nem ao esquecimento.
Construir com serenidade o que só o tempo valida. Defender, mesmo contra a corrente, que a dignidade humana, a justiça e a verdade não têm prazo de validade.
E afirmar que a verdadeira grandeza de uma nação mede-se pelo respeito com que trata cada pessoa.
Esse é, e continuará a ser, o lugar da Maçonaria na vida portuguesa: estar do lado do que permanece quando tudo o resto passa.




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