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Reviver a História: O Fascínio das Recriações Medievais

O Encanto Duradouro das Feiras Medievais


Em Portugal, o fascínio pela Idade Média está mais vivo do que nunca, com cerca de 80 feiras medievais espalhadas pelo país, movimentando milhões de euros e sustentando empresas especializadas nesta temática.


Este fenómeno começou a ganhar forma no final do século XX e tem crescido de forma impressionante desde então.


A história das feiras medievais em Portugal teve início em 1996, em Santa Maria da Feira.


Inspirado pelo castelo local e pelo imaginário medieval, Amadeu Albertino Soares Albergaria, então estudante de direito na Universidade de Coimbra, organizou com dois colegas da Universidade de Aveiro o primeiro mercado medieval e recriação histórica.


Assim nasceu a 'Viagem Medieval em Terras de Santa Maria', lançando as bases para o fenómeno das recriações históricas no país.


Dois anos depois, em 1998, outra feira medieval surgiu em Castro Marim, no Algarve.


Motivados pelo desejo de valorizar e diversificar a oferta cultural e turística da região, as autoridades locais organizaram os primeiros 'Dias Medievais de Castro Marim'.


Desde então, este evento tornou-se num marco na região sul de Portugal.


Hoje, eventos medievais acontecem em todo o país, atraindo visitantes e entusiastas da história.


Estes eventos recriam o ambiente da Idade Média com rigor histórico, incluindo trajes, música, artes e ofícios da época.


Tanto em Santa Maria da Feira quanto em Castro Marim, há uma preocupação constante em garantir a autenticidade das recriações.


Em Santa Maria da Feira, uma comissão de historiadores orienta as atividades para evitar exageros fantasiosos, enquanto em Castro Marim, a organização é igualmente meticulosa, especialmente nos banquetes realizados dentro do castelo.


A popularidade das feiras medievais reflete um fascínio global pela Idade Média, um período que, apesar das suas dificuldades, é romantizado por histórias de cavaleiros valentes, princesas e batalhas épicas.


Este interesse estende-se além da Europa, alcançando países como Estados Unidos, Austrália e África do Sul, onde festivais semelhantes são realizados.


O professor de História da Universidade do Algarve, Luís Filipe Oliveira, aponta que a visão romântica da Idade Média foi moldada por escritores dos séculos XVIII e XIX, que criaram lendas como a do Rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda.


Esses relatos influenciaram a percepção moderna do período, alimentando o interesse por recriações históricas.


Apesar de algumas críticas sobre a uniformidade dos eventos, que muitas vezes apresentam atrações semelhantes, a autenticidade e a dedicação à precisão histórica são prioridades para os principais organizadores.


Santa Maria da Feira e Castro Marim exemplificam essa abordagem, combinando entretenimento com educação histórica.


Essas feiras não apenas preservam a história, mas também geram significativos retornos económicos para as localidades.


A 'Viagem Medieval em Terras de Santa Maria' tem um orçamento de 2 milhões de euros e gera um retorno de 10 milhões, enquanto os 'Dias Medievais de Castro Marim' custam entre 700 e 800 mil euros, com um lucro de 300 mil euros.


A fascinação pela Idade Média oferece uma viagem a um passado diferente, proporcionando uma experiência única de imersão em uma época que, embora distante, continua a capturar a imaginação e o interesse das pessoas em todo o mundo.


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