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Raquel Varela lança jornal Maio com apoio sindical e apelo à organização dos trabalhadores

Atualizado: 26 de out.

Nova publicação socialista propõe-se defender o pensamento livre e enfrentar a reforma laboral do Governo AD, com financiamento de sindicatos e contributos de leitores.


Foi lançado esta quinta-feira o jornal Maio, um novo projeto editorial liderado pela historiadora e professora universitária Raquel Varela, que se apresenta como uma publicação socialista, independente e voltada para a defesa dos direitos dos trabalhadores. A iniciativa conta com o apoio financeiro de cinco sindicatos e procura agora ampliar a base de contributos voluntários e de leitores-assinantes.


Segundo a coordenadora do comité editorial, o jornal nasce “para defender a cultura, a educação e o pensamento livre”, num contexto em que o Governo da Aliança Democrática (AD), apoiado pela Iniciativa Liberal e pelo Chega, prepara uma reforma profunda da legislação laboral. “O Maio surge porque há direitos elementares em risco, incluindo o direito à greve”, afirmou Raquel Varela, que acusa o executivo de promover uma “contrarreforma laboral”.


O jornal é financiado por quotas sindicais e donativos individuais, modelo inédito em Portugal desde a década de 1990. Entre os sindicatos fundadores estão o SITEU (Enfermeiros Unidos), o STASA (Setor Automóvel), o SNTSF (Trabalhadores da Manutenção Ferroviária), o STOP e o Simmper, dos motoristas de matérias perigosas.


A publicação será de periodicidade semanal e combina formatos de reportagem, crónica, ensaio e entrevista, estando também prevista a criação de um videocast — Tempo contra o Tempo — dedicado à análise política e laboral.


O comité editorial inclui, além de Varela, António Simões do Paço, Afonso Maia Silva, Adriano Zilhão e Gorete Pimentel, todos em regime de voluntariado. “O trabalho no Maio é hoje inteiramente voluntário. Quem quiser apoiar pode subscrever a newsletter, tornar-se sócio ou oferecer ajuda técnica”, explicou a historiadora, incentivando à mobilização: “Se não quiserem organizar-se connosco, organizem-se noutro lado qualquer. Mas organizem-se.”


Entre os cronistas e colaboradores já confirmados estão António Garcia Pereira, Mário Tomé, Rui Pereira, Padre José Luís Rodrigues, Cristina Semblano, Joel Neto, Miguel Real, Manuel da Silva Ramos e António Carlos Cortez, além do ilustrador João Mascarenhas.


A associação que deterá o jornal encontra-se em processo de legalização e o registo na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) será o passo seguinte. Até lá, o grupo mantém o foco na construção de uma comunidade de leitores ativos.


No texto de apresentação, o Maio define a sua missão como “a organização e informação independente de quem trabalha, o combate às guerras e à destruição de direitos que o capitalismo traz no seu ventre”.


O lançamento deste novo título marca o regresso de um projeto editorial de matriz socialista ao espaço público português, apostando numa economia solidária, na militância intelectual e na intervenção social direta, num tempo em que a concentração mediática e a precarização do trabalho desafiam a diversidade democrática da imprensa.


Autor:

Clara Vassal

Centro Editorial My Fraternity


Simbologia do jornal Maio, em Lisboa, ao lado de sindicalistas e colaboradores.
Simbologia do regresso de um projeto editorial de matriz socialista

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