O furor deste fanatismo se estendia mesmo aqueles que, sem serem Pedreiros Livres ...
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O furor deste fanatismo se estendia mesmo aqueles que, sem serem Pedreiros Livres ...

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Há presentemente bem poucos estados na Europa, onde se não tenha introduzido a sociedade conhecida pelo nome de Pedreiros Livres; mas não é aqui lugar nem ocasião de indagar a sua origem, nem de examinar os motivos que constantemente tem determinado os seus membros a envolver suas assembleias de um véu misterioso.


Contudo a inquisição os perseguiu sempre com furor todas as vezes que pôde apanhá-los. Ela acostumou os povos de Itália, Espanha, e Portugal, a considerá-los como filhos do demónio e o fim de suas associações, segundo ela, eram a magia, a feitiçaria, as profanações.


Quantos estrangeiros, levados a Espanha e a Portugal por interesses de comércio, ou por viajarem, não foram apreendidos pela inquisição, só pela simples suspeita de serem Pedreiros Livres!


Quantos não apareceram nos autos da fé, condenados por sentenças, em que se lhes não imputava outro crime! Em 1710, Nicolao Agostinho de Seras, negociante de Cette , e em 1722 , João Liburn de Brigtelstom, saíram com o sambenito, o primeiro no auto da fé de Valhadolid, e o segundo no de Lisboa, por terem assistido como feiticeiros maçons (assim o dizia a sentença) a muitos ajuntamentos noturnos, onde presidia em pessoa o demónio Gamaliel , comido e bebido em sua companhia guisados e bebidas preparadas nos infernos, e assinado depois com ele um pacto de lhe obedecerem em tudo o que lhe aprouvesse ordenar- lhes !!!


O furor deste fanatismo se estendia mesmo aqueles que, sem serem Pedreiros Livres lhes eram de alguma utilidade por sua profissão”.


Louis-Joseph Lavallée marquis de Boisrobert, Histoire des inquisitions religieuses d’Italie, d’Espagne et de Portugal, depuis leur origine, Paris, Cappelle et Renand, 2 vol. 1809, que foi adaptado no volume V da obra Portugal Pittoresco Ou Descripcao Hstorica D'Este Reino, por M. Fernando Denis, Lisboa: Typ .de L. C. da Cunha, 1848, p. 347-348.


Na gravura de Cornelis Martinus Vermeul, um dossambenito - peça de vestuário – de má memória, usada pelos condenados nos autos de fé do Tribunal do Santo Ofício


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