Origens do povoamento em Bragança e Região.
A influência de suevos e visigodos.
A história ancestral de Bragança remonta ao Concílio de Lugo em 569 d.C., onde as primeiras menções de um povoado conhecido como Vergancia surgiram nas atas.
Posteriormente, em 666 d.C., Bregancia foi mencionada durante a divisão administrativa de Wamba.
No entanto, a precisão dessa referência pode ser questionável, uma vez que a cópia das atas foi sujeita a interpretações posteriores.
A região experimentou um período de ruralização durante o domínio dos suevos e visigodos, cujos traços da vida pastoril e comunitária supostamente influenciaram a região.
O centeio, um cereal importante que teve um papel fundamental na economia das terras altas, foi possivelmente introduzido pelos suevos.
A afinidade da zona da Terra Fria com a Europa Central e a economia rural e pastoril também recebeu uma contribuição pouco conhecida dos nórdicos.
Sob o domínio dos visigodos, a sociedade medieval foi estruturada em grupos sociais essencialmente tri funcionais, que caracterizaram a sociedade de forma geral.
A toponímia local, como Gimonde, Guadramil e Samil, parece ser uma herança desses povos.
A influência leonesa e a Reconquista Cristã
A chegada dos mouros e sua influência.
Os mouros foram os últimos invasores da região e a tradição popular tende a atribuir-lhes uma grande quantidade de vestígios, embora não tenham sido encontrados vestígios materiais que comprovem a sua presença.
A sua chegada foi marcada por um ambiente de prolongadas lutas e conflitos entre a civilização cristã e muçulmana, mas a influência da civilização islâmica parece ter sido pouco significativa nas regiões a norte do Douro e ainda menos relevante nessas áreas montanhosas do interior.
Devido ao movimento da Reconquista, a região de Bragança acabou por sofrer a influência leonesa, traduzida em alterações ao nível da economia, da organização eclesiástica, da arquitetura, da cultura e, até, da própria língua, cujas influências perduraram até à atualidade.
Mesmo sem aceitar a tese do ermamento, é bem provável que o atual Trás-os-Montes e toda a região do Nordeste tenham experimentado, no início do domínio muçulmano, uma acentuada rarefação do povoamento.
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