Conto escrito por uma criança vítima de violência.
Sobreviventes.
Era uma vez, uma pequena povoação e nela havia uma pequena casa de campo. Nesta casa habitavam umas lindas crianças. Eram três as crianças: a Maria, a Madalena e o José.
Eram três crianças muito bondosas, meigas, mas a vida em família não era tão harmoniosa quanto deveria ser.
O seu pai, o Sr. António, era um homem muito violento e rude e muitas vezes promovia a violência contra a mãe das crianças, Dona Lúcia. Ela era uma mulher bondosa, mas sempre muito triste e cansada.
As crianças, apesar de muito novas, já tinham presenciado muitos momentos de violência em casa.
Maria, a mais velha, tentava proteger os seus irmãos mais novos o máximo que podia. Ela tentava manter a casa limpa e organizada para que o seu pai não ficasse ainda mais irritado.
Madalena era a mais frágil e tinha muito medo do pai, escondendo-se sempre em baixo da cama ou no armário. Já o pequeno José ainda era muito novo para entender o que estava acontecendo, mas ainda assim, parece que pressentia os perigos em casa.
Um dia, quando Dona Lúcia foi ao mercado, o Sr. António chegou em casa bêbado e começou a brigar com as crianças. Ele acusou-as de não terem limpo bem a casa e começou a espancar Maria. Madalena chorava desesperadamente e José gritava sem parar.
De repente, alguém bateu na porta.
Sr. António parou de bater nas crianças e abriu a porta. Era a Polícia de Segurança Pública.
A Polícia tinha recebido uma denúncia de violência e veio para investigar. Ao ver as marcas da violência no rosto de Maria e a casa toda desorganizada, a Polícia levou o Sr. António para a Esquadra.
As crianças, aliviadas, choraram juntas.
Dona Lúcia chegou a casa e abraçou os seus filhos, agradecendo a Deus por terem sido salvos.
Ela sabia que não seria fácil, mas decidiu que era a hora de recomeçar.
D. Lúcia prometeu proteger as suas crianças e dar a elas um novo lar, onde pudessem viver sem medo.
A família passou por momentos difíceis, mas com o tempo, tudo se foi transformando e para melhor. Pelo menos, não viam e não assistiam às agressões.
Dona Lúcia conseguiu um emprego e as crianças voltaram a estudar. Elas também participaram numa terapia para superar o trauma que viveram.
O tempo passou e a família tornou-se muito unida.
Maria, Madalena e José aprenderam que a violência não era a solução para os problemas. Eles também aprenderam que nunca deviam desistir, mesmo quando tudo parece impossível.
Dona Lúcia ensinou-os que há sempre uma saída e que é possível recomeçar, mesmo quando tudo parece estar perdido.
Assim, a família seguiu em frente, com amor, respeito e união.
Eles nunca esqueceram o que viveram, mas usaram essa experiência para se tornarem pessoas mais fortes e corajosas. Eles sabiam que, juntos, podiam enfrentar qualquer desafio que a vida trouxesse.
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