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Uma excelente reflexão Sobre estes tempos de "pandemia"!

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«Back to basics:


Maçonaria num momento de exceção.


Há momentos em que merece a pena centrar o pensamento no essencial, retirar do foco todo o ruído criado pelos contextos, pelas paixões e pelas circunstâncias. Por estes dias, por exemplo, percebemos a escassa essencialidade do futebol na forma como se suspenderam campeonatos e se anularam jogos. Acatamos um recolher e apoiamos os profissionais de medicina, olhando para o mundo com o olhar que reconhece, de facto, o que é importante.


Como catalisador dessa reação, temos a fortíssima pedagogia do medo, uma ferramenta que já vínhamos aprimorando há alguns anos, capaz de nos tolher os movimentos e nos deixar longe do espaço público, fechados em casa. Mas hoje, seja fruto desse medo, ou seja resultado de uma tomada de consciência, todos percebemos o perigo a que estamos sujeitos e parte das medidas que cabem a cada um.


Qualquer grupo humano se define pela forma como vive os momentos de normalidade e, de tempo a tempo, como enfrenta os momentos excecionais. Na Maçonaria nada ocorre de forma diferente. E, se assim não é, então temos de pensar seriamente o que andamos a fazer e onde colocámos as ideias que nos regem.


Para que serve a Maçonaria? Num momento de normalidade, teríamos a facilidade de recorrer a uma qualquer definição “maçonológica”, de dicionário, para dizer “para que serve a maçonaria”. Mas estamos no tal momento de excecionalidade. Portanto, para que serve a Maçonaria nos tempos que correm, quando os templos estão fechados e as sessões suspensas?


Saídos da normalidade do ciclo das sessões que se repetem, vivemos um momento especial para que cada um perceba e interiorize mais profundamente o que é a síntese essencial da aprendizagem realizada em Loja. Arrisco afirmar que em tempos em que não frequentamos sessões, o trabalho maçónico fora do Templo é ainda mais importante.

E essa importância vem do desejo que temos de levar para o Mundo Profano as luzes que obtivemos no Templo, mas também porque a natureza do ser-se maçon reside, em grande medida, no altruísmo e no que isso implica de proatividade na sociedade.


Levar o Trabalho que se faz no Templo para o Mundo Profano é ter a Luz como ponto diretor na ação, sempre pautada entre a Sabedoria, a Força e a Beleza. É ser, no exterior do Templo, alguém que ajuda, equilibradamente, a descortinar o caminho, a questionar e a não embarcar em verdades absolutas que não se questionam. E falamos de grandes verdades, assim como podemos falar de fake news ou de alarmismos. Temos de ser capazes de rejeitar o imediatismo, exatamente porque somos fruto de um processo iniciático que se centra nas essências.


Por isto, um Maçon terá de não ser igual a todos os outros que, apanhados pelo borborinho e pelo medo, replicam twits ou posts sem capacidade crítica. É aí que a Força e a Sabedoria mostram a sua faceta didática na capacidade de distinguir e não alinhar com o mainstream. É aí, na capacidade de ajudar os outros a não alinhar em teorias de conspiração fáceis e de grande alcance nas redes sociais, que a Beleza mostra a capacidade de harmonizar os medos despropositados com a natureza humana.


Neste ponto, estar numa Loja com mentes brilhantes ou com profissionais altamente bem qualificados e informados em nada interessa. Quantas vezes isso é apenas a base para a divulgação pseudo-técnica de conhecimento que nos esmaga como uma torrente de informação e nos deixa ainda com mais medo e incapazes de assumir o mínimo ponto de vista crítico, porque diminuídos perante tanta “sabedoria”.


O que interessa é perceber que a postura de humildade perante a Sabedoria é a Força que temos para nos Harmonizarmos com a intempérie. O que interessa é regressar à Fraternidade, à capacidade de olhar o Humano exatamente na dimensão “democrática” com que o vírus nos ataca.


E esta é uma das aprendizagens mais interessantes a fazer por estes dias. O que de mais importante o maçon pode fazer é transmitir o sentido humano que tem o drama. Se vivemos ritualisticamente momentos tão dramáticos, encarnando-os, então estamos capazes de o superar e centrar o nosso pensamento naquilo que representa a Vida, de forma serena, não alarmada.


Somos uma Ordem que acredita na capacidade do Humano para se aperfeiçoar e, assim, fazer progredir a sociedade. Não se trata de otimismo, mas sim de uma visão positiva, não catastrofista e que se alicerça na comunhão fraterna entre todos os seres humanos. A Fraternidade é um fim, mas é também uma metodologia.


Não nos é pedido, pelos princípios maçónicos, que sejamos caritativos. É-nos pedido que sejamos fraternos. Se o formos, seremos também caritativos, e pugnaremos pelo valor e pela dignidade de todos e de cada um, levando para o Mundo Profano a Luz que guardámos no nosso espírito ao longo das sessões de trabalho em Loja.


PMP»


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