Nem mais uma palmada
- My Fraternity
- há 15 horas
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Violência contra crianças não é educação.
É tempo de a justiça portuguesa deixar de tolerar o intolerável.
Quantas vezes mais teremos de ouvir notícias de crianças maltratadas, de pequenos corpos marcados por aquilo a que alguns ainda chamam “educação”?
Quantas vezes mais será a violência justificada como tradição ou costume, quando na verdade é apenas brutalidade contra os mais frágeis?
O Vice-Procurador-Geral da República, Carlos Adérito Teixeira, e a Presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e de Proteção das Crianças e Jovens, têm hoje uma responsabilidade que não pode ser adiada: afirmar, sem ambiguidades, que em Portugal não há espaço para a violência contra crianças — seja ela física, psicológica ou institucional.
As estatísticas confirmam o que todos sabemos: a violência doméstica e os maus-tratos infantis continuam a atravessar silenciosamente as nossas casas e escolas.
São histórias que raramente chegam às capas dos jornais, mas que deixam cicatrizes para toda a vida. Não são números: são rostos. São infâncias roubadas.
Não basta sensibilizar.
Não basta recomendar.
É urgente legislar, aplicar e punir.
É urgente que cada juiz, cada procurador, cada técnico recorde que o superior interesse da criança não é uma fórmula jurídica — é uma vida concreta que precisa de proteção.
Por isso, repetimos com clareza: nem mais uma palmada.
Nem mais um silêncio cúmplice.
Nem mais um adiamento em nome da tradição ou da conveniência.
Uma sociedade que aceita a violência contra os seus filhos é uma sociedade que trai a sua própria dignidade.
O futuro começa no modo como cuidamos das nossas crianças.
E não há futuro digno se a justiça não for clara, firme e exemplar.

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