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- Grão-Mestre da Maçonaria Turca detido em megainvestigação de corrupção
Remzi Sanver, académico e líder maçónico, é uma das 26 pessoas detidas na operação Can Holding As autoridades turcas detiveram 26 suspeitos , entre os quais Remzi Sanver , Grão-Mestre da Grande Loja dos Maçons Livres e Aceites da Turquia e antigo reitor da Universidade Bilgi de Istambul . A operação, conduzida pelo Ministério Público de Istambul em coordenação com a Gendarmaria e o Departamento de Combate ao Crime Organizado, abrangeu quatro províncias — Istambul, Mersin, Iğdır e Izmir — e faz parte de uma vasta investigação a Can Holding , conglomerado acusado de branqueamento de capitais, fraude e associação criminosa . Fontes judiciais indicam que a detenção de Sanver poderá estar relacionada com irregularidades financeiras alegadamente ocorridas durante o seu mandato académico, entre 2011 e 2015. A Universidade Bilgi foi posteriormente colocada sob administração judicial. O caso provocou forte impacto público, dado o perfil do detido: professor de Economia , figura conhecida do desporto turco enquanto ex-porta-voz do Galatasaray , e representante máximo da Maçonaria regular em solo turco. De acordo com o Ministério Público de Küçükçekmece , os investigadores acreditam que altos executivos de Can Holding criaram uma rede de empresas fictícias para dissimular fluxos financeiros provenientes de fraude fiscal, contrabando e evasão de impostos . O esquema teria permitido reintroduzir centenas de milhões de dólares no sistema financeiro através da chamada Lei da Paz dos Ativos , um mecanismo legal de repatriamento de capitais. A investigação levou ao arresto de bens de 121 empresas , incluindo vários grupos mediáticos — entre eles Show TV, Bloomberg HT e Habertürk — e à nomeação de administradores judiciais pela Agência de Seguro de Depósitos (TMSF) . Um escândalo que reabre feridas históricas A detenção de um líder maçónico voltou a expor a tensão entre o Estado turco e a Maçonaria , instituição que remonta ao século XVIII e foi associada, em diferentes momentos, a movimentos reformistas e liberais. Apesar de operar legalmente desde 1956, a organização continua a ser alvo de suspeitas e teorias conspirativas em setores conservadores. Especialistas sublinham que, embora o processo envolva essencialmente crimes económicos , a visibilidade pública de Sanver torna o caso politicamente sensível . Nos últimos anos, o Governo turco tem reforçado o controlo sobre universidades, meios de comunicação e associações civis , em nome do combate à corrupção e à segurança nacional. Contexto histórico 1748 / 1826 — Primeiras proibições das lojas maçónicas no Império Otomano. 1909 — Fundação da primeira Grande Loja Nacional da Turquia, liderada por Talat Paxá. 1935 — Dissolução das ordens por decreto republicano. 1956 — Reativação da Maçonaria sob o nome de Grande Loja dos Maçons Livres e Aceites da Turquia . 2025 — A prisão do Grão-Mestre reabre o debate sobre a autonomia das instituições civis no país. Fonte da informação: Notícia inicialmente divulgada pelo jornal Türkiye Today em 17 de outubro de 2025, sob o título “Türkiye Freemasons’ Grand Master Remzi Sanver detained in major corruption probe” . Autor: Clara Vassal - My Fraternity Data: 31 de outubro de 2025 📸 Fonte da imagem: My Fraternity / Fotografia editorial de Istambul por Engin Yapici (via Unsplash). Vista panorâmica de Istambul — cidade central na megainvestigação que levou à detenção de Remzi Sanver, Grão-Mestre da Maçonaria Turca. #Turquia #RemziSanver #Maçonaria #Corrupção #Justiça #Internacional #CanHolding
- Macau perde o seu último jornal independente
O jornal independente All About Macau encerra após mais de uma década de resistência. O jornal All About Macau , um dos últimos meios independentes da região, anunciou que deixará de existir a 20 de dezembro. A data, que coincide com o aniversário da transferência de soberania portuguesa para a China, marcará também o fim de uma experiência rara de jornalismo livre no território. Num comunicado divulgado nas redes sociais, a equipa editorial explicou que o encerramento é consequência direta de “pressões externas, restrições legais e riscos pessoais para os jornalistas”. A redação revelou ainda que as autoridades locais revogaram o registo oficial de publicação , impedindo o jornal de continuar a exercer atividade. O All About Macau nasceu em 2012, a partir de um pequeno projeto digital que pretendia “discutir o máximo possível” — tradução literal do seu nome em chinês. Com o tempo, tornou-se um espaço de debate e de reportagem crítica, com edições mensais e uma comunidade fiel de leitores. A decisão surge num momento de tensão crescente para os profissionais da comunicação social em Macau. Três jornalistas da publicação enfrentam processos judiciais relacionados com cobertura política, dois deles detidos em abril por tentarem assistir a uma sessão pública da Assembleia Legislativa. A equipa admite que já não tem condições de garantir segurança e liberdade de trabalho . “É impossível manter padrões éticos num ambiente onde cada pergunta pode ser interpretada como provocação”, escreveu a redação, num tom de despedida comovido. O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) descreveu o fecho como “um golpe profundo na liberdade de imprensa” e alertou para a “deterioração acelerada do espaço público em Macau”. Já o investigador Éric Sautedé , especialista em política asiática, afirmou que o desaparecimento do jornal representa “a perda de um contrapeso essencial à opacidade do poder local”. O encerramento do All About Macau é também simbólico: ocorre num território que, apesar de manter um sistema jurídico de matriz portuguesa, tem vindo a alinhar-se com as restrições aplicadas em Hong Kong desde a entrada em vigor da Lei de Segurança Nacional , em 2020. Em jeito de despedida, o jornal deixou uma mensagem simples aos leitores: “Se já não pudermos falar, que ao menos continuem a escutar. A sociedade civil só morre quando o silêncio se torna confortável.” Autor: My Fraternity - Redação 📸 Autor da imagem: Vernon Raineil Cenzon Fonte: Unsplash (licença livre de uso, com atribuição opcional) Vista aérea das ruínas de São Paulo, em Macau — símbolo do encerramento do jornal All About Macau e do declínio da liberdade de imprensa na região. #Macau #LiberdadeDeImprensa #AllAboutMacau #JornalismoLivre #DireitosHumanos
- Eleições no Benfica: Rui Costa vence a primeira volta com 42,1% e enfrenta Noronha Lopes a 8 de novembro
O presidente em funções ficou a menos de 8% da maioria absoluta. A votação bateu recordes de participação e regressa às urnas em novembro. O Benfica confirmou este domingo, 26 de outubro de 2025, o desfecho da primeira volta das eleições mais participadas da história do clube — e, segundo os próprios registos, de qualquer instituição desportiva no mundo. Rui Costa , presidente em funções, venceu com 42,1% dos votos , ficando a menos de oito pontos da maioria absoluta e garantindo o apuramento para a segunda volta, onde enfrentará João Noronha Lopes , segundo mais votado. Com um total de 744.655 votos , Rui Costa liderou desde os primeiros boletins contados — incluindo os vindos das Casas do Benfica no estrangeiro — até às duas secções montadas no Estádio da Luz, onde quase 25 mil sócios exerceram o direito de voto. A afluência, inédita, obrigou a prolongar o ato eleitoral por mais de 32 horas, num ambiente de civismo e fervor clubístico que muitos descreveram como “uma festa democrática”. O dia terminou com discursos distintos mas igualmente simbólicos.Rui Costa, visivelmente emocionado, agradeceu “a todos os benfiquistas que fizeram deste um dia histórico”, sublinhando que “foi uma noite longa, mas de orgulho”. Ironizou as leituras sobre o resultado: “Se há 58% que não acreditam em mim, há 70% que não acreditam no outro lado. Cada um faz as contas como quer”, afirmou, entre olheiras e sorrisos. Já João Noronha Lopes assumiu o resultado como ponto de partida para o segundo ato: “Não se desiste do Benfica, eu não desisto. A minha energia e determinação são as mesmas desde que apresentei a candidatura. Quase 60% dos benfiquistas não se reveem no atual rumo — isso deve fazer-nos pensar”, declarou à saída da sede de campanha. Entre os restantes candidatos, Martim Mayer obteve 2,1% dos votos e admitiu que “o incumbente é sempre o mais forte”, considerando que o resultado reflete “uma mudança na continuidade”. Outros quatro nomes dividiram os restantes votos, deixando 25.703 sócios sem candidato para a segunda volta — um contingente decisivo no desfecho final. A segunda volta realiza-se a 8 de novembro , num sábado sem jogo do Benfica, e deverá voltar a mobilizar dezenas de milhares de sócios. O recorde mundial de participação — estabelecido neste primeiro ato — é agora o novo símbolo de uma instituição que, entre debates e paixões, continua a provar que a democracia também se joga dentro de um clube. Autor: Redação My Fraternity Estádio do Sport Lisboa e Benfica durante o dia das eleições | Foto: Miguel Mota Sousa / My Fraternity #Benfica #RuiCosta #NoronhaLopes #EleiçõesBenfica #EstádioDaLuz #FutebolPortuguês #MyFraternity © 1996 – 2025 by My Fraternity News . Projeto independente de reflexão e cultura, nascido em formato impresso e digitalizado em 2017. Unido pela fraternidade, pela palavra e pela liberdade intelectual.
- Arquivos nazis revelam segredos - acervo europeu ajuda a reconstituir a história da Maçonaria
Reunido pelo regime de Hitler e hoje guardado em Poznań, um vasto arquivo com mais de 80 mil peças expõe o quotidiano das Lojas europeias — de partituras rituais a raras lojas femininas. Em Poznań, no oeste da Polónia, um antigo edifício universitário guarda um dos arquivos maçónicos mais impressionantes da Europa — um acervo de cerca de 80 000 peças recolhidas pelo regime nazi entre o século XVII e o início da Segunda Guerra Mundial. O arquivo foi criado por ordem de Heinrich Himmler, chefe da SS, durante a campanha “antimaçónica” lançada nos anos 30, quando o regime começou a considerar as Lojas como centros de oposição intelectual. Muitos maçons alemães e europeus foram então perseguidos, presos ou mortos, e as suas bibliotecas confiscadas. Hoje, essas coleções, reunidas compulsivamente pelos nazis, transformaram-se num tesouro histórico. A curadora Iuliana Grazynska , responsável pela biblioteca da Universidade Adam Mickiewicz, afirma que “o arquivo ainda guarda mistérios”, apesar de décadas de trabalho. Entre os materiais encontrados estão correspondência ritual, menús de banquetes, manuais de formação, músicas usadas em cerimónias privadas e registos das raras lojas femininas existentes antes da guerra. Alguns volumes mais antigos remontam ao século XVII e abordam a tradição rosacruciana — movimento espiritual considerado precursor da Maçonaria moderna. Entre as peças expostas destaca-se a primeira edição das Constituições de Anderson (1723) , um dos documentos fundadores da Maçonaria universal. Durante o conflito, para escapar aos bombardeamentos aliados, a coleção foi dividida em três partes: duas acabaram em território polaco e uma na atual República Checa. Em 1945, o conjunto remanescente na cidade de Sława Śląska foi apreendido pelas autoridades polacas; as outras secções foram levadas pela então União Soviética. Em 1959, a Polónia transformou oficialmente o espólio em arquivo nacional, mesmo numa altura em que a Maçonaria era proibida sob o regime comunista. Desde então, o material tem sido gradualmente estudado por investigadores e visitado por representantes de Lojas alemãs que procuram reconstituir a sua história anterior à guerra. Para o antigo responsável pela coleção, Andrzej Karpowicz , o arquivo é “uma mina de informação inesgotável”. Ele lembra que “os nazis odiavam os maçons”, associando-os a elites liberais e intelectuais contrárias ao dogma do regime. Hoje, o que começou como um projeto de perseguição é visto como um repositório essencial da cultura maçónica europeia — um espelho involuntário da diversidade espiritual e intelectual que o totalitarismo tentou apagar. Estantes de arquivo com dossiês brancos — Acervo histórico simbólico | My Fraternity #Internacional #História #Maçonaria #Arquivos #Alemanha #Polónia #SegundaGuerraMundial #MyFraternity
- A maçonaria cubana elege Manuel Valdés como Grão-Mestre em clima de tensão
Entre vigilância estatal e divisões internas, os maçons cubanos pedem respeito pela eleição e reafirmam a autonomia da Grande Loja. A Grande Loja de Cuba elegeu Manuel Valdés como novo Grão-Mestre, num sábado marcado por fricções internas e receios de interferência externa. A informação foi avançada em mensagens públicas e redes sociais por irmãos ligados ao processo, entre eles o escritor e maçom Ángel Santiesteban-Prats, que deram conta do encerramento de um ciclo de liderança e da intenção de concluir, em sessão própria, os passos formais subsequentes. Segundo os mesmos relatos, representantes governamentais reuniram-se nos dias anteriores com lojas de várias províncias e terão assegurado que respeitariam o que viesse a ser decidido na Grande Loja. Os maçons pedem agora que essa garantia seja cumprida, com a validação explícita do resultado e a abertura dos trabalhos com todas as lojas regularmente representadas. Fontes internas descrevem o momento como o mais conturbado dos últimos anos. Entre os pontos de fricção, apontam a tentativa de convocar a Câmara sem a presença de lojas suspensas após terem votado a destituição do anterior dirigente — cenário que reacendeu o conflito e levou à eleição de Valdés como solução de legitimidade. Em paralelo, irmãos dão conta de vigilância nas imediações da sede e junto de residências de membros ativos, o que alimenta receios de detenções ou condicionamentos caso a decisão da assembleia seja contestada. Alguns dirigentes avisam que a não validação poderá transformar o impasse num caso com repercussão internacional no espaço maçónico. O contexto não é novo: em 2024, a maçonaria cubana viu a sua credibilidade abalada por um caso de corrupção que envolveu a anterior liderança, o que intensificou a divisão interna e as suspeitas de ingerência do Estado nas dinâmicas da instituição. Para os apoiantes de Manuel Valdés, a eleição representa a oportunidade de restaurar a normalidade estatutária e de reafirmar a autonomia da Grande Loja de Cuba. A confirmação oficial será o próximo teste — não apenas à nova liderança, mas à capacidade da maçonaria cubana de resolver as suas disputas dentro dos seus próprios rituais e regras. Fonte de base: conteúdos públicos e mensagens de irmãos cubanos divulgadas online (ex.: CiberCuba/Ángel Santiesteban-Prats). Um maçon numa cerimónia maçónica | My Fraternity #Maçonaria #Cuba #GrandeLojaDeCuba #Liberdade #MyFraternity
- O silêncio das oficinas - memórias do trabalho e da fraternidade perdida
Como o desaparecimento das antigas corporações e ofícios manuais alterou o tecido moral das comunidades. Houve um tempo em que o trabalho era mais do que meio de sustento: era forma de aperfeiçoamento interior. As oficinas — de pedreiros, carpinteiros, escultores ou impressores — eram lugares onde se ensinava não apenas uma arte, mas uma ética. O mestre não transmitia só técnicas; formava caráter. O aprendiz não aprendia apenas a talhar a pedra ou a polir o metal, mas a disciplinar o espírito. Essa dimensão moral do trabalho foi desaparecendo à medida que o progresso industrial separou a mão da alma. As corporações, que outrora protegiam os ofícios e o saber comum, foram dissolvidas, e com elas desvaneceu-se uma noção de fraternidade prática, feita de partilha e de honra. As oficinas operativas deram origem, em parte, às lojas simbólicas. O que nelas se preservou foi o sentido do trabalho como construção de si mesmo e serviço à comunidade. Quando a sociedade perdeu essa relação entre fazer e ser, entre técnica e valor, perdeu também um alicerce moral. Hoje, fala-se muito de produtividade e pouco de dignidade. As mãos tornaram-se invisíveis nos algoritmos da economia. E, no entanto, o mundo precisa novamente de lugares onde o labor volte a ser arte e comunhão — onde se aprenda o valor da paciência, da precisão e da cooperação. As antigas ferramentas, guardadas em museus ou em oficinas silenciosas, lembram-nos que cada gesto tinha uma medida, cada objeto uma intenção, e cada obra uma assinatura invisível: a do espírito humano que a criou. Talvez o renascimento de uma fraternidade verdadeira dependa de recuperar esse espírito de oficina — um lugar onde o trabalho, mais do que produzir, ensina a construir. Caderno e óculos sobre mesa branca — Reflexão e Escrita | My Fraternity #Trabalho #Memória #História #Fraternidade #MyFraternity © 1996 – 2025 by My Fraternity News. Projeto independente de reflexão e cultura, nascido em formato impresso e digitalizado em 2017.Unido pela fraternidade, pela palavra e pelo compromisso com a liberdade intelectual.
- A memória como pedra: o que permanece quando o tempo passa
Entre rituais, arquivos e monumentos, o sentido da memória na construção da identidade portuguesa. A memória não é um lugar: é uma respiração lenta, feita de gestos e de ecos. Cada pedra de um templo, cada palavra preservada num ritual, carrega mais do que o peso dos séculos — carrega a continuidade do que fomos e do que ainda procuramos ser. É por isso que recordar não é apenas um ato de saudade; é um trabalho de reconstrução. Em Portugal, o tempo deposita-se sobre nós como um pó antigo. O país vive entre o desejo de modernidade e o apego a uma herança que, por vezes, nem compreende totalmente. As ruínas romanas, os conventos, as bibliotecas e as memórias orais dos ofícios antigos — tudo fala de um tecido invisível que liga as gerações. O perigo é quando se confunde memória com museu, e o passado deixa de inspirar o presente. No trabalho simbólico — aquele que a tradição maçónica tão bem compreende —, recordar é acender de novo a luz sobre o que parecia esquecido. A pedra bruta só ganha forma quando o aprendiz reconhece o que nela já existia: uma promessa escondida. Assim também é a memória — não se cria, revela-se. Mas a sociedade atual, dominada pelo imediatismo digital, prefere o ruído à escuta. Há uma pressa em esquecer, em simplificar, em apagar as complexidades da história. Talvez por isso os monumentos sobrevivam, mas o seu sentido se dilua. Recordar torna-se então um ato de resistência. Preservar um arquivo, restaurar um claustro, proteger uma língua — são gestos de continuidade ética. Quando a memória se perde, perde-se também a bússola moral de um povo. É nesse espaço de reencontro, entre a tradição e o futuro, que a cultura portuguesa tem de se reinventar: não negando o passado, mas fazendo dele uma fonte viva de renovação. Talvez recordar seja o verdadeiro exercício espiritual do nosso tempo — uma maneira de devolver humanidade ao que o esquecimento quer dissolver. Álbum de fotografias antigas — Memórias e História | My Fraternity #Memória #História #CulturaPortuguesa #Identidade #MyFraternity
- O Património que Nos Guarda
Jornadas Europeias do Património e a responsabilidade da memória. Há quem olhe o património como se fosse um espólio de pedra e cal, um arquivo de coisas velhas destinadas ao turismo e à fotografia rápida. Enganam-se. O património não é apenas aquilo que herdámos: é aquilo que nos guarda. É a casa silenciosa onde a memória descansa e, ao mesmo tempo, nos vigia. As Jornadas Europeias do Património , que agora decorrem em várias cidades e monumentos de Portugal, sob a promoção da Grande Loja Nacional Portuguesa , não são uma festa qualquer. São um apelo discreto à consciência: que país seríamos nós sem os sinais que nos lembram de onde viemos? Entrar num espaço aberto para estas jornadas, ouvir a madeira ranger de um templo maçónico antigo, olhar o vitral de um templo iluminado pelo fim de tarde, é mais do que turismo. É um exercício de cidadania. Porque o património não existe sem o olhar que o reconhece. E sem esse olhar, também nós deixamos de existir como comunidade. É por isso que estas jornadas têm um papel político no sentido mais nobre do termo: o de devolver o espaço público ao cidadão, convidando-o a entrar nos lugares que normalmente lhe estão vedados, a descobrir os alicerces invisíveis da sua própria identidade. A Maçonaria, através da Grande Loja Nacional Portuguesa , tem aqui uma responsabilidade acrescida. Porque sabe, talvez melhor do que ninguém, que o património não é apenas material — é também simbólico, espiritual, ético. A pedra bruta e a pedra polida convivem lado a lado nos edifícios e nas consciências. A proteção de um templo, de uma biblioteca ou de um arquivo é também a proteção da liberdade e da cultura que neles se guardam. Num tempo em que a política parece reduzir-se a slogans e disputas estéreis, lembrar que o património nos pertence a todos é um ato de resistência. Visitar um monumento nestas jornadas não é um simples passeio: é uma forma de afirmar que a nossa história não se vende, não se apaga, não se manipula. E talvez seja isso que mais precisamos hoje: reaprender a olhar as pedras e os símbolos, não como peso morto do passado, mas como promessas silenciosas do futuro. Porque cada pórtico aberto nestas jornadas é também uma porta que se abre em nós. Um símbolo #Património #JornadasEuropeiasDoPatrimónio #GrandeLojaNacionalPortuguesa #Memória
- O Sangue e a Bandeira
Quando a violência política volta a rondar os EUA. Há momentos em que um tiro não é apenas um tiro. É um eco. Um eco que atravessa décadas, ressuscitando fantasmas que se julgavam adormecidos. O assassinato de Charlie Kirk, em plena universidade de Utah, com milhares de jovens como testemunhas, não é apenas a morte de um homem; é o sinal de que a América voltou a caminhar num terreno de pólvora, onde a política já não se resolve apenas com palavras, mas com pólvora e sangue. Lembro-me de 1968, embora não o tenha vivido. Kennedy tombado, Luther King abatido na varanda de um motel, estudantes nas ruas, helicópteros sobrevoando cidades em chamas. Tudo isso parecia distante, fechado nos livros ou nas memórias de quem envelheceu com a esperança quebrada. E, no entanto, aqui estamos de novo: um país onde a violência política já não é acidente, mas rotina. Charlie Kirk, conservador convicto, aliado de Trump, polémico, muitas vezes abrasivo, tornou-se alvo de ódio. A sua morte foi celebrada por uns e lamentada por outros, como se a vida humana tivesse deixado de ser sagrada e passasse a ser apenas um emblema partidário. Essa indiferença — ou pior, essa satisfação mórbida — talvez seja o retrato mais cruel do nosso tempo. A violência deixou de ser apenas instrumento extremo: é agora entretenimento digital, bandeira ideológica, catarse tribal. Há quem diga que os Estados Unidos vivem hoje uma espécie de “tribalismo furioso”. Os partidos já não dialogam, apenas se digladiam. As redes sociais amplificam as palavras como megafones de ódio, viciando milhões na indignação permanente. Cada mensagem, cada algoritmo, funciona como fagulha atirada a uma floresta seca. O resultado é previsível: cresce a tolerância ao intolerável. Pesquisas recentes revelam que muitos cidadãos já aceitam a violência como forma legítima de ação política. Isto não é apenas um dado sociológico; é um veneno que corrói a ideia de democracia por dentro. Não devemos enganar-nos: a década de 1960 foi terrível, mas tinha uma saída. Quando a guerra acabou e os direitos civis entraram, a nação encontrou um ponto de viragem. Hoje, porém, não se vê horizonte. A fragmentação é maior, a confiança nos líderes é mínima e a disponibilidade de armas transforma qualquer ressentimento em massacre instantâneo. Um estudante radicalizado tem em mãos a mesma capacidade de destruição que outrora era exclusiva dos exércitos. O que me impressiona não é só a violência, mas a naturalização da violência. A forma como a morte de Kirk, em vez de unir no repúdio, serviu apenas para aprofundar trincheiras. À esquerda, houve quem celebrasse. À direita, quem clamasse vingança. Entre ambos, o silêncio cúmplice de uma sociedade habituada a ver sangue no ecrã, incapaz de distinguir a tragédia da série televisiva. E no entanto, há algo que deve ser dito: não se trata apenas da América. A violência política é um vírus que atravessa fronteiras. Também na Europa vemos sinais inquietantes — deputados ameaçados, jornalistas perseguidos, minorias transformadas em alvo fácil de campanhas de ódio. O que acontece em Washington não fica em Washington. O fumo que sobe de lá chega-nos sempre às narinas. Trump ordenou bandeiras a meia haste, gesto solene mas insuficiente. Mais do que o luto, seria necessário o apelo à reconciliação, à contenção das palavras, ao regresso do adversário em vez do inimigo. Mas não. A resposta política foi dividir ainda mais, culpar a “esquerda radical”, alimentar o fogo em vez de o apagar. É esta irresponsabilidade que torna o presente mais perigoso que os anos 1960. Porque, se naquela época havia líderes que pediam calma, hoje temos dirigentes que vivem do caos. Dir-me-ão: e nós, que estamos do outro lado do Atlântico, o que nos cabe pensar? Talvez apenas isto: a democracia não morre de repente, morre por erosão. Morre quando cada um de nós aceita que a violência é inevitável. Morre quando o adversário é desumanizado. Morre quando o sangue se torna argumento. O assassinato de Charlie Kirk é, acima de tudo, um espelho. Não apenas da América, mas do mundo em que vivemos. Um mundo onde o ódio encontrou novas plataformas, novos microfones, novas justificações. E onde cada bandeira a meia haste é menos um sinal de respeito do que um aviso. Não sei se este será o começo de um novo ciclo de violência, ou apenas mais um capítulo sombrio. Mas sei que a pergunta que os americanos hoje se fazem — “que país somos nós?” — é também a nossa. Porque ninguém está imune à tentação de odiar. E a violência, uma vez libertada, não reconhece fronteiras. Consulte também o nosso Centro de Estudos Bandeira dos EUA #ViolênciaPolítica #CharlieKirk #Democracia
- A Maçonaria como Voz do Invisível na Sociedade
Entre o efémero e o eterno, a Maçonaria permanece como raiz discreta da liberdade e da ética. Há instituições que se confundem com o ruído do tempo: fazem-se ouvir porque precisam de convencer, de se justificar, de se impor. Outras, pelo contrário, permanecem discretas — não porque se escondam, mas porque sabem que o essencial não se grita. A Maçonaria pertence a este segundo grupo: é a voz do invisível, a respiração de uma herança que atravessa séculos e se transmite mais pelo silêncio do que pela proclamação. O que está em causa, quando falamos da presença maçónica na sociedade, não é a ostentação de símbolos nem a defesa de interesses particulares. É antes a fidelidade a um modo de estar que recusa a pressa e a facilidade, para se enraizar na paciência do trabalho interior e na fraternidade concreta. O maçon não se distingue pelo que ostenta, mas pelo que transforma em si mesmo para poder partilhar com os outros. Vivemos tempos em que tudo se mede por visibilidade: quantas curtidas, quantos seguidores, quantos votos. A Maçonaria oferece o contraponto: um espaço onde o valor não depende do aplauso imediato, mas da solidez invisível das colunas que sustentam o templo interior. É aí que se prepara o que mais falta faz ao mundo — homens e mulheres capazes de pensar com liberdade, agir com justiça e servir sem esperar recompensa. Por isso, falar da Maçonaria hoje é defender a necessidade de lugares onde a memória se guarde, onde a palavra seja lenta, onde a espiritualidade e a ética não cedam à lógica do consumo. Não é nostalgia de um passado glorioso, mas responsabilidade diante de um presente demasiado entregue ao efémero. Talvez a sua força esteja precisamente nisto: não compete com os poderes do dia, não precisa de disputar manchetes, não vive de slogans. A sua presença é outra: discreta, simbólica, paciente — mas capaz de resistir ao desgaste do tempo porque se alimenta de uma fonte mais funda do que as conveniências políticas ou mediáticas. É essa a lição que nos cabe transmitir: a Maçonaria não é um eco, é uma raiz. E enquanto houver quem se reúna para acender uma vela em vez de proclamar uma vitória, haverá futuro para esta voz invisível que, de forma silenciosa, continua a sustentar a possibilidade de uma sociedade mais livre e mais justa. Centro de Estudos Maçónicos #MyFraternity A Maçonaria fala ao mundo não pela força do ruído, mas pela solidez do silêncio. #Maçonaria #CentroFernandoPessoa #Liberdade #Fraternidade #Justiça #Espiritualidade
- Admissão de mulheres gera cisão no Grande Oriente Lusitano
Permitir a iniciação feminina no GOL provoca saídas em várias lojas e expõe uma das maiores crises recentes da maçonaria em Portugal. A decisão de permitir a entrada de mulheres na mais antiga obediência maçónica portuguesa está a provocar divisões internas profundas. No Grande Oriente Lusitano (GOL) , cerca de 40 membros da Loja União Portucalense, em Vila Nova de Gaia, formalizaram já este mês a sua saída, e outras lojas ponderam seguir o mesmo caminho. Segundo informações recolhidas, a contestação tem vindo a crescer desde maio, quando o “parlamento maçónico” aprovou a revisão da constituição que abre a porta à iniciação de mulheres. Apesar da aprovação, o tema permanece fracturante: para alguns maçons, a entrada de mulheres representa um passo histórico; para outros, é motivo suficiente para abandonar a obediência. O grupo de Vila Nova de Gaia, liderado pelo médico Eurico Castro Alves, manifestou-se desde sempre contra a medida. Perante a decisão definitiva, apresentou documentos internos pedindo a extinção da sua loja no seio do GOL — um processo designado, na linguagem maçónica, como “abater colunas”. O mal-estar não se restringe ao Norte. Em Cascais, elementos da Loja Estado da Arte debatem igualmente uma eventual saída coletiva ou parcial. No Algarve, uma das seis lojas da região encontra-se também em rota de colisão com a liderança nacional. Fontes maçónicas admitem que alguns destes elementos poderão vir a aproximar-se da Grande Loja Legal de Portugal (GLLP) , outra obediência com cerca de 3.800 membros, que historicamente rivaliza com o GOL e que, em tempos, foi identificada com setores ligados ao PSD. Contudo, fontes da própria GLLP negam qualquer processo formal de integração coletiva em curso. Atualmente, o GOL conta com 2.400 maçons distribuídos por 103 lojas. A tensão surge no momento em que o grão-mestre Fernando Cabecinha publicou um decreto provisório permitindo que as lojas interessadas passem a admitir mulheres, mediante aprovação por maioria absoluta dos seus membros. Algumas lojas já apresentaram propostas nesse sentido, e a Loja Delta foi a primeira a solicitar formalmente a iniciação de uma mulher. Este fim de semana promete ser marcado por encontros em vários pontos do país. O GOL reúne-se no Palácio, no Bairro Alto, e depois na Casa do Alentejo, em Lisboa. A GLLP convoca os seus membros no Hotel Corinthia, enquanto a Grande Loja Soberana de Portugal organiza um encontro no Penha Longa. São encontros que, para além da sociabilidade e da preparação do novo ano maçónico, decorrem num ambiente de debate intenso sobre o futuro da maçonaria em Portugal. Veja mais em Estilo & Vida Topo de edifício histórico em Lisboa #Maçonaria #GrandeOrienteLusitano #Mulheres #Portugal #Sociedade
- Polícia de Londres pode obrigar agentes a declarar filiação maçónica para reforçar transparência
O que está em cima da mesa A Polícia Metropolitana de Londres (Met) está a avaliar tornar obrigatória a declaração de filiação na Maçonaria por parte dos seus agentes. A proposta surge numa consulta interna para atualizar a política de associações que podem criar conflitos de interesse — onde já constam, por exemplo, ligações a investigadores privados ou a atividades mediáticas . Na prática, a Met quer perceber se a transparência sobre filiações não proibidas deve passar de “declarar apenas quando haja conflito” para “declaração sistemática” , mitigando dúvidas em processos de promoção , investigações sensíveis e disciplinares . Porque isto importa Confiança pública: forças policiais dependem de perceção de imparcialidade . Tornar visíveis potenciais conflitos ajuda a blindar decisões. Precedente regulatório: Londres é referência. Se avançar, outras polícias no Reino Unido e na Europa podem replicar . Direitos individuais vs. transparência: reabre o debate: até onde vai a obrigação de declarar associações legais ? O que muda (e o que não muda) Não é ilegal pertencer à Maçonaria no Reino Unido. O ponto é governança , não criminalização. A Met já exige declarações quando exista risco de conflito . O que pode mudar é o caráter obrigatório e prévio dessa declaração, independentemente de haver conflito evidente. A medida não implica divulgação pública massiva de dados pessoais; a tendência, em casos semelhantes, é registo interno com regras de acesso e proteção de dados. Contexto recente O tema regressa à agenda após críticas históricas sobre a possível influência de redes de sociabilidade em investigações complexas . Um relatório que analisou um homicídio dos anos 80 apontou suspeitas recorrentes sobre o papel de oficiais maçons em fases do processo — alimentando a ideia de que declarações formais podem reduzir zonas cinzentas. Mini cronologia Anos 80–90: surgem suspeitas esporádicas de influência indevida em casos mediáticos. Políticas internas : a Met consolida regras de declaração de conflitos (investigadores privados, media, etc.). Agora: consulta interna avalia incluir a Maçonaria nas associações a declarar obrigatoriamente . Perguntas frequentes (FAQ) É discriminação? A Met enquadra como gestão de conflitos . A pertença é legal ; o objetivo seria a transparência em funções públicas sensíveis. Os nomes serão públicos? Tendência habitual: registo interno para avaliação de risco, com proteção de dados. Publicação ampla não é prática comum . Isto afeta promoções e investigações? Ajuda a identificar e mitigar potenciais conflitos (ex.: afastamento de um caso). A filiação em si não deveria ser critério para premiar ou punir. Outras associações entrariam? A política já cobre contextos com risco intrínseco de conflito . A revisão pode clarificar ou alargar a lista. Análise: o equilíbrio delicado O desafio da Met será garantir imparcialidade sem estigmatizar associações legais ou abrir espaço para discriminação . A solução técnica costuma passar por: matriz de risco (quando a filiação pode interferir com a função); registo confidencial e auditoria ; guidelines claras para afastamento em casos sensíveis; reporting agregado (sem exposição desnecessária de dados pessoais). Consulte também o nosso Centro de Estudos Vista de Londres junto ao rio Tâmisa #PolíciaDeLondres #Maçonaria #Transparência #ReinoUnido #SegurançaPública











