Ladino: a língua crioula dos judeus sefarditas
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Ladino: a língua crioula dos judeus sefarditas

Ladino: origem e evolução da língua crioula


A língua utilizada pelos judeus sefarditas é conhecida como ladino.


Esta língua é considerada um fóssil linguístico que está mais próximo do castelhano utilizado na obra "El Quijote" do que do espanhol moderno.


O ladino apresenta muitas influências de outros idiomas, incluindo o hebraico, turco, grego e outras línguas com as quais os judeus sefarditas tiveram contato.


Atualmente, o ladino é uma língua em retrocesso, porém ainda é falado por comunidades judaicas em países como Israel, Turquia, Grécia, Macedónia, Bulgária e Marrocos.


A produção literária popular em ladino é predominante na forma de romances.


Além disso, há diferenças significativas na liturgia sefardita em comparação com a asquenaze, incluindo pequenas variações na celebração da Páscoa e da festa de Sukkot, a estrutura e serviços das sinagogas e as orações, que incluem composições dos poetas espanhóis Yehuda Halevi, Moses Ibn Ezra e Salomão Ibn Gabirol.


Influências linguísticas no ladino: hebraico, turco, grego e outras línguas


Além disso, existem diferenças na pronúncia do texto litúrgico hebraico e na terminologia usada nas tradições sefardita e asquenaze.


O ladino é uma língua crioula que se desenvolveu a partir do castelhano medieval falado pelos judeus que viviam na Península Ibérica durante a Idade Média.


Após a expulsão dos judeus da Espanha em 1492, muitos estabeleceram-se noutras partes do mundo, levando consigo o idioma que se tornou conhecido como ladino.


Com o passar do tempo, a língua evoluiu, incorporando palavras e expressões de outras línguas, como o hebraico, árabe, turco e francês.


Embora o ladino seja uma língua em retrocesso, com poucos falantes nativos e cada vez menos pessoas que o falam fluente, a língua ainda é considerada uma parte importante da herança cultural dos judeus sefarditas.


Existem esforços em todo o mundo para preservar e revitalizar o ladino, por meio de iniciativas como a publicação de livros em ladino, a organização de festivais culturais e a criação de programas de ensino.


As diferenças entre a liturgia sefardita e a asquenaze


A liturgia sefardita, que inclui as tradições religiosas e culturais dos judeus sefarditas, é significativamente diferente da asquenaze, que é a tradição religiosa dos judeus de origem europeia oriental.


Essas diferenças estendem-se além da língua e incluem variações na celebração das festas judaicas, nas práticas de oração e nas músicas utilizadas durante o culto.


Além disso, a literatura em ladino, especialmente romances, desempenhou um papel importante na preservação da cultura e história dos judeus sefarditas.


A produção literária em ladino remonta ao século XV e inclui uma grande variedade de gêneros, incluindo poesia, ficção e peças de teatro.


O ladino é uma língua única e importante que desempenha um papel significativo na cultura e história dos judeus sefarditas.


Produção literária em ladino: romances, poesia, ficção e peças de teatro


Após a expulsão dos judeus da Espanha em 1492, muitos estabeleceram-se noutras partes do mundo, levando consigo o idioma que se tornou conhecido como ladino.


Quer conhecer um pouco as línguas que são faladas pelos judeus?


Aqui estão alguns exemplos de termos e expressões em ladino (judeu sefardita) e em iídiche (judeu asquenaze):


Ladino:

  • Hola kiko, ¿komo estás? (Olá, como estás?)

  • Komo te yamas? (Qual é o seu nome?)

  • Yo kiero kumplir kienze anyos. (Eu quero comemorar os meus 15 anos.)

  • Kuentame un chiste, por favor. (Conta-me uma piada, por favor.)

  • La mishpaha va a la sinagoga los shabats. (A família vai à sinagoga aos sábados.)

Iídiche:

  • Sholem aleikhem, vi geh'ts? (A Paz esteja contigo, como vai?)

  • Vos iz dayn namen? (Qual é o seu nome?)

  • Ich vil feirn a barmitsve. (Eu quero comemorar o meu Bar Mitzvá.)

  • Zog mir a joke, bitachon. (Conta-me uma piada, por favor.)

  • Mir geyen tsu shul amolikhes. (Nós vamos à escola judaica ao longo de todo dia.)


Como lhe disse, o iídiche é a língua dos judeus asquenazes (ashkenazi), que é falada por essa comunidade em todo o mundo.


O iídiche é uma língua germânica que tem suas raízes no alemão medieval, mas que também incorporou muitas palavras e expressões de outras línguas, como o hebraico, o aramaico, o eslavo e o romani. O romani é a língua indo-europeia dos ciganos do Oriente e da Europa, constituída por um conjunto de dialetos.


O iídiche foi a língua da cultura judaica asquenaze (ashkenazi) por vários séculos e foi amplamente falada na Europa Oriental até ao Holocausto.


Hoje em dia, ainda é falada por algumas pessoas, mas está em declínio em muitas partes do mundo.


  • O iídiche é uma língua escrita em caracteres hebraicos, mas com algumas modificações para se adaptar aos sons específicos do iídiche. Além disso, muitas obras literárias importantes foram escritas em iídiche, incluindo peças de teatro, romances e poesia.


  • O iídiche é uma língua altamente expressiva e rica em nuances, com uma grande variedade de palavras para descrever emoções e experiências. Por exemplo, há muitas palavras diferentes para expressar tristeza, alegria, medo e amor.


  • Ao longo da história, o iídiche sofreu influências de outras línguas além do alemão medieval. Por exemplo, durante o século XIX, o iídiche incorporou muitas palavras e expressões do russo e do polonês. O polonês é a língua eslava falada na Polónia.


  • Com o surgimento do Estado de Israel, o hebraico moderno tornou-se a língua principal da comunidade judaica no país. No entanto, o iídiche ainda é falado por algumas pessoas, principalmente em comunidades ultraortodoxas. Além disso, existem esforços para preservar a língua e promover a sua cultura, incluindo o ensino de iídiche em escolas e universidades e a produção de novas obras literárias em iídiche.

Uma última nota: A presença sefardita na cidade de Safed, em Israel, remonta ao século XVI e foi um importante centro de estudos religiosos e culturais. Apesar da sua rica história, ainda há muito a ser descoberto e estudado sobre a cultura sefardita em Safed.


No Distrito de Bragança existe também uma rica história e seria necessário que fossem criados centros de estudos sefarditas na cidade para promover a preservação e a pesquisa sobre essa cultura.


UMA NOTA FINAL:

Existem variações e diferenças regionais no Ladino. A grafia pode variar dependendo da comunidade e da região onde é falado.

Judeus junto ao muro das lamentações
Judeus a Orar

Bibliografia:

  • BUNIS, David M. A lexicon of the Hebrew and Aramaic elements in modern Judezmo. Jerusalem: Magnes Press, 1999.

  • ELIAV-FELDON, Miriam; MEYER, Daniel (Eds.). The Jewish Discovery of Islam: Studies in Honor of Bernard Lewis. Tel Aviv: University Press of New England, 2012.

  • ISRAEL, Jonathan I. European Jewry in the Age of Mercantilism, 1550-1750. New York: Littman Library of Jewish Civilization, 1998.

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